domingo, 20 de março de 2011

Precisa.mente...



Precisava ser dia e um calor exorbitante fazer me molhar, precisava ser dor pra que eu fosse até a cozinha tomar um remédio que acalmasse, precisava ser necessidade pra que eu abrisse um livro e corresse meus olhos por entre os papéis importantes. Precisava ser noite, e o frio chegasse, para que eu me enrolasse num cobertor pesado e me revirasse na cama procurando o sono que se perdera pelo quarto.

Mas não precisava precisar de dia para saber que no outro o sol amanheceria, não precisava ser noite para que, ainda no fim da tarde eu imaginasse a lua brilhar e o frio chegar, nem precisava eu ficar acordada a noite passada para saber que na próxima isso provavelmente aconteceria. Nem, muito menos, precisava eu rever aquelas fotos, nem revirar aquele passado para saber que ele ainda se fazia presente, no presente, permeando o futuro.
É, não precisava. Nem era necessário estar aqui revivendo momentos já vividos só pela ânsia de sentir.

[...]

De certo nunca consegui reviver momentos recentes, - daqueles que sofremos por algum amor, alguma situação complicada que de antemão ainda te machucam, mas que você faz questão de sofrer porque é bom-. Para mim, isso se trata de inutilidade, sentimentos fúteis são deixados para trás, foram vividos e agora são meramente passado guardados em alguma caixinha de cartas da 4º série.
Mas, os momentos que revivo vez em quando e que aquecem meu coração, se remetem aos momentos da minha infância. Ah, infância querida, onde não existiam preocupações de gente grande e nem probleminhas de fim de tarde. Onde as únicas coisas chatas que tinham eram as provas de matemática pra fazer.
Hoje a provas de matemática viraram cálculos enormes, cheios de equações perigosas e com risco de dar algum erro no resultado. E dentre as muitas equações que são necessárias fazer durante o dia, algumas dando certo, outras inacabadas por medo, tensão ou dúvida, os dias vão seguindo, e seguindo. E eu sinto que estou num barco à velejar, não sei que caminho tomar, mas sei exatamente onde quero chegar.

quinta-feira, 17 de março de 2011

"A sorrir eu pretendo levar....


... a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida."


Conversando hoje no trabalho com o meu querido, acabei chegando no assunto de sofrimento por amor, paixão não correspondida e tudo mais. O pensamento da pessoa na qual eu conversava era o mesmo que o meu. Alguns contratempos de ideias (nada mais que o normal), e, na maioria, existia total concordância.
E, fato, ele tratava de amor mal correspondido, de decepções, de hipocrisias e de como superar todas essas com sorrisos e preocupando-se com o que realmente importa.
Tá ai, concordo com isso. Zilhões de coisas nos importam na vida: futuro profissional, futuro familiar, nossa saúde, a minha saúde, a felicidade dos meus e a preocupação relativa que temos com o meio em quê vivemos (sim, eu me preocupo com isso!). A vida é tão ampla pra gente parar numa só questão simples e relativamente insignificante, né?! Bem, não quero julgar o fato de ninguém, mas parafraseando Cazuza "se você não pode ser forte, seja pelo menos humana." .
Concordam? Também se não, o não concordar também me importa. Afinal, o mundo é movido disso, de pessoas com pensamentos divergentes, com respostas e principalmente com perguntas.

[...]


Só sei que eu estou passando a semana mais conturbada do ano. Cheinha de altos e baixos, problemas pessoais (eu,eu mesma e minha essência), problemas familiares (estamos em LUTO por tia Éster), e, outras frescurinhas como minha saúde nem um pouco firme (sim, compareci na emergência hoje novamente).
E, quer saber, camarada?! Isso é extramente interessante; viver cada momento desse é, -sendo um pouco insensata-, bem proveitoso.

Afinal, a vida segue numa frequência indiferentemente relativa. E, sabe, eu perco muita coisa enquanto os olhos piscam!

Vamo ser feliz "que a burrinha da felicidade nunca se atrasa..."

E, Isabela, vamo ser feliz, fazer o TCC e melhorar essa saúde! Hehe.


PS: a imagem dessa postagem calou meus dedos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Viver é ser na mutidão sozinho...



Hoje,justo hoje num leito de hospital, após ter tomado três injeções e estar na metade do primeiro soro, pude pensar em mim e analisar para que horizonte eu estou levando meu barco.
Foi simples ir sozinha ao Hospital e ouvir o Enfermeito perguntar porque eu não estava acompanhada, e eu responder: eu moro só. É, foi simples, mas confesso que não foi tão simples assim encarar tal resposta da forma mais sutíl possivel. Também foi simples chegar em casa, com aquela enorme vontade de colocar tudo pra fora, mas ter que aguentar tudo, tanto a comida quanto um choro tolo preso na garganta, - engolir aquele choro foi tão ruim quanto segurar o alimento ingerido há poucos minutos-. Mas, eu segurei.
Até que hoje à noite volto a analisar novamente como meu estado de espírito tem estado tanto menos imunizado quanto a minha própria saúde, e como eu tenho encarado isso da forma mais simples possível até o ponto em que a mesma me derruba. E, tá ai, hoje eu me sinto derrubada, tão derrubada pelos meus sentimentos atordoados, quanto derrupada pela saúde abalada. E, confesso que ser derrubada por si mesma não é tão agradável quanto.
Mas, acredito que o pior de tudo é chorar sem saber o porquê. Logo eu que tenho zilhões de coisas a agradecer, chorar e se sentir seca por coisas que você não sabe não é uma boa situação pra se estar.

[...]

E, eu confesso, eu sou impulsiva, sou intolerante, sou impaciente, chata, intrigante, depressiva, sinto necessidade de pessoas ao meu redor, sinto necessidade de conversar e só tenho quatro paredes e uma TV, sinto tantas outras coisas. E, todas essas, eu não comento com ninguém. Afinal, pode ser tudo verdade, mas pode ser também, tudo uma ilusão.

Mas, ora, eu não pedi pra ser fácil. É disso que gosto, desafios.
De antemão, hoje confesso que eu queria ao menos meu espírito tranquilo!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Fé cega, faca amolada...


[...]

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta,
daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."
(Guimarães Rosa)

É, amigo, a vida sobretudo é poesia. E para mim, trata-se da poesia mais simples que existe, com dois versinhos inquietos se faz a vida, com duas rimas sincronizadas apenas por um final que rime, mas que seu contexto seja intenso e ao mesmo tempo distante, que seja indiferente e ao mesmo tempo descompassado.
Que seja cordel, que seja embolada, que seja poesias renascentistas, que tenha gosto de pós-modernidade, ou, que ultrapasse os paradigmas impostos pelos social.

Mas, que se faça, independente do final, do inicio e meio. O desfeche é o que se torna importante.